13 estradas entre as mais interessantes ao redor do mundo

A subida de montanha é uma das modalidades mais antigas do automobilismo, mas pode garantir satisfação mesmo se praticada como um passeio. Eis uma lista com 13 estradas sinuosas, em regiões montanhosas, que podem ser listadas entre as estradas mais interessantes ao redor do mundo.

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Subir uma montanha sentindo o ronco do motor em cada nova aceleração. Percorrer as curvas de uma rodovia sinuosa impondo ao volante tantas voltas quantas sejam necessárias para um e para o outro lado. Concentrar-se no momento presente, deixando temporariamente para trás lembranças ou projetos. Alguns prazeres indizíveis e alguma adrenalina podem ser encontrados conduzindo um automóvel equilibrado pelas curvas de uma bela estrada.

Sem ter que exceder limites de velocidade ou correr riscos desnecessários (não que essas ações não possam também em si ser aprazíveis), é possível alcançar uma experiência superior de condução automobilística percorrendo declives acentuados e curvas sinuosas em uma subida de montanha. Ainda mais se conduzindo um automóvel de exceção, seja por suas características dinâmicas, seja pelas emoções que ele possa proporcionar.

Eis uma lista de 13 estradas muito interessantes ao redor do mundo. Ela foi montada a partir de listas encontradas na internet e de informações pesquisadas sobre cada estrada. É um roteiro para viagens que pretendo empreender nos próximos anos. Já conheço a Serra do Rio do Rastro e o Passo de los Caracoles, as duas primeiras da lista.

1. Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, no sul do Brasil. É uma região já conhecida mundialmente e corresponde a um trecho da rodovia SC-390. O principal trecho está localizado entre Lauro Muller e Bom Jardim da Serra, com cerca de 26,5 km de extensão e onde se sobe aproximadamente mil metros de desnível, com muitas curvas sinuosas. É um trecho relativamente tranquilo quanto ao desempenho do automóvel, porque se dá entre cerca de 220 metros e 1.460 metros de altitude sobre o nível do mar.

2. Paso de los Caracoles, entre Chile e Argentina. É um trecho que conduz ao Paso de Los Libertadores, na fronteira entre os dois países, e que constitui a conexão entre Santiago, no Chile, e Mendoza, na Argentina. É uma estrada muito sinuosa, mas que perde em esportividade do passeio por operar usualmente com tráfego muito pesado. É um trecho com cerca de 7 km no qual se sobe quase três mil metros de desnível. No ponto mais alto, acima dos quatro mil metros de altitude, está o Cristo dos Andes.

3. Passo dello Stelvio, no norte da Itália. É uma estrada com extensão de algumas dezenas de quilômetros, formada por pelo menos cinquenta curvas em forma de “U”, que conecta a Itália à Suíça. É uma estrada situada acima dos 2.500 metros e que atrai a atenção de ciclistas e de pilotos dedicados a “subidas de montanha” pelo tráfego de baixa intensidade.

4. Col de la Bonette, no sul da França. É uma passagem nas montanhas percorrido por uma estrada que conecta a França à Itália. A estrada tem extensão de pouco mais de 50 km, atingindo cerca de 1.600 metros de desnível tanto para o lado francês quanto para o lado italiano, atingindo altitude máxima de 2.715 metros.

5. Col de Turini, também no sul da França. É uma estrada mais curta e situada pouco abaixo e mais ao sul de Col de la Bonette. Ela se desenvolve em torno dos 1.600 metros acima do nível do mar, com uma extensão de cerca de 15 km, apresentando declividades médias e uma sinuosidade também intermediária.

6. Passo del San Gottardo, no sul da Suíça. É um caminho muito antigo, com cerca de 64 quilômetros de extensão que integra a conexão entre o nordeste e o sudeste da Suíça. Ela se desenvolve em torno dos dois mil metros acima do nível do mar e, além de trechos muito sinuosos, oferece uma vista espetacular.

7. Transfăgărășan, na Romênia. É uma estrada com cerca de 90 km de extensão, conectando a Transilvânia à Wallachia, com um grande número de curvas muito fechadas, com longas curvas em S e com trechos com fortes declividades. Foi construída durante os anos 70 contando ainda com o apoio dos aliados soviéticos.

8. Estrada do Atlântico, na Noruega. É uma rodovia com cerca de 8,5 km de extensão que une algumas ilhas na região centro sul da Noruega, no litoral do Oceano Atlântico. É uma estrada composta por alguns viadutos e pontes, contendo algumas curvas acentuadas e alguns trechos com boas declividades, frequentemente atingida pela quebra de ondas em suas encostas. É diferente dos exemplos anteriores, porque se desenvolve ao nível do mar.

9. Trollstigen, na Noruega. É um trecho relativamente curto da rodovia norueguesa 63, próximo do litoral do Oceano Atlântico, com muitas curvas bastante fechadas e trechos com fortes declividades. O trecho opera com tráfego intenso ao longo dos períodos em que fica disponível, porque costuma ser fechada nos meses de outono e inverno. Assim como a Estrada do Atlântico, também se desenvolve próximo ao nível do mar.

10. Montanha de Tianmen, na China. É uma estrada que conduz ao Parque Nacional da Montanha de Tianmen, na província de Hunan (localizada na região ao sul-sudeste da China, onde nasceu o líder Mao Tsé-Tung). É um trecho com cerca de 11 km, com quase uma centena de curvas acentuadas e que conduz a 1.300 metros acima do ponto de partida. A região é conhecida como o mundo de fantasia da China e, entre outras atrações, há uma abertura na montanha com cerca de 130 metros de altura, conhecido como o “portal para o céu”.

11. Estrada entre Sijuan e Tibete, entre a China e o Tibete. É uma longa estrada que conecta a província de Sijuan, na parte centro-sul da China, ao Tibete, com uma extensão total pouco maior que 2.000 km, estendendo-se em grandes altitudes no Himalaia. Apresenta riscos de deslizamento e enfrenta mau tempo em grande parte do ano, representando risco considerável aos condutores.

12. Garganta de Taroko, em Taiwan. É uma estrada muito sinuosa, com uma grande quantidade de curvas cegas e que não permite velocidades muito superiores a 30 km/h. Em vários trechos, a estrada dá passagem para apenas um veículo por vez. É um triunfo da engenharia, já que tem vários trechos que foram abertos nas encostas de um vale muito encaixado e que conduz ao Parque Nacional Taroko.

13. Tizi n’Tichka, no Marrocos. É uma passagem em um trecho de estrada que atravessa as montanhas Atlas, no noroeste do continente africano. Inserida em um trecho de cerca de 200 km de extensão, oferece uma vista que mais parece de outro planeta. A passagem fica localizada 2.260 metros acima do nível do mar e a região tem clima desértico, registrando neve em alguns meses durante o ano.

Essa lista não foi numerada em uma sequência que indique crescente insalubridade ou crescente periculosidade. É simplesmente uma lista de estradas interessantes, que também não tem pretensão de esgotar o assunto.

A propósito, “13” aqui nada tem a ver com sorte ou com azar.

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Esta crônica integra o livro Energias renováveis, velharias clássicas e uma certa obsessão positiva, publicado pela Editora Metamorfose em novembro de 2021.

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Sobre quem escreve

Escritor com livro de crônicas publicado em 2021 e livro de contos em 2022. Doutor em Engenharia, professor da UFRGS e pesquisador do CNPq em energias renováveis. Editor convidado em livro publicado pela Academic Press.
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